Entre Mundos
"Não há nada mais poderoso do que uma ideia cujo momento chegou". Víctor Hugo
2 de dez. de 2022
Brazil Books - Literatura e mais.: #Introdução do Novo Livro Sobre a Transição Planet...
8 de out. de 2022
Planeta em Crise? 🌎☢
Por isso, não se preocupe mais do que aconselha o bom senso. Bem, esteja certo de fazer o seu melhor, a sua parte. Participar de coletivos pro paz, saúde, justiça social, segurança, escrever cartas às autoridades. Mas, também, seja você a autoridade que o mundo precisa, aquela que, unida a outras pessoas responsáveis farão a diferença. Afinal, pelo contráriio que muitos pensam, estamos numa época que permite o acesso à informação, mas precisa bem se informar. Caso contrário não passarás de mais um manipulável nas massas. Viva o melhor da sua vida. Aprenda, estude, ame, cuida da saúde do seu ambiente, do seu corpo, sua emoção, seus pensamentos, e não se deixe manipular por mídias. Pesquise. Se integre em um grupo de estudo, sem dogmatismos, use sua inteligência.
Nenhum outro ser na Terra tem a capacidade de mudar os rumos da existência. Nós temos, mas não é fácil. Assim como não é fácil mudarmos nossos pensamentos, às vezes, nefastos, negativos. Melhorar requer tempo, e um trabalhar em nós mesmos, assim é igualmente com os problemas da sociedade humana. Não desista de ser um melhor humano. Seja o humano do futuro agora.
Tânia Barros
14 de jan. de 2021
Crônica: Um novo mundo, sim e não.
Segundo dia do 2021.
Na Suíça italófana faz frio, 3 graus
C. às 11 da manhã. Decido fazer a primeira caminhada do ano. Subo num ônibus
para o centro de Lugano. Quero andar ao longo do lago, quero dar adeus às
fantasias do comércio de Natal que pouco vi. Segunda onda veio e lavou a
euforia exagerada do período. Fica o que essencial. Bom saldo, ao menos isso
diante da primeira pandemia do séculao XXI, com mihões de mortes, desemprego, e
sofrimento.
No veículo só eu e mais duas almas vivas
contando com o motorista. Em três minutos alcançamos a avenida mais movimentada
que hoje está assombrada. Como se prolongasse o feriado universal do primeiro
dia do ano.
Pelos vidros das janelas observo o belo edifício que abriga dezenas de salas de cinema da cidade. Não há cartazes
de estréias. Ninguém entrando ou saindo. Não há funcionários, quase todos
desempregados agora.
Logo ao lado tem o estádio da
cidade. Devidamente fechado, certamente seus bancos estão congelados neste
inverso severo.
Por um momento penso estar fazendo
turismo em ruínas antigas. De uma época distante. Posso sentir na imaginação o
som das torcidas, o frenesi dos times, como acontece quando visitamos o
Coliseu.
Um arrepio me corre o corpo. Esses
templos da convivência são hoje demode. Teatros e museus? Que aprendam a fruir
da arte e visitar museus pela internet. Virtualmente.
Um rumor extiste. Sim, resiste as
asas de um pássaro que atravessa o campo, e outro que canta tranquilo, certamente
aquece seus pequenos enquanto o outro busca comida.
Eu e todo o planeta.
By Tânia Barros C. – Lugano, Suíça,
02/01/2021
Escritora, professora, poeta,
Reikiana
26 de abr. de 2013
Cosa Caffé - Libro di poesie bilingue - Tânia Barros - Tradução para o italiano de Boris Cavadini.
11 de dez. de 2012
A fruição do imaginário
A consciência liberada
Enquanto fruição estética a leitura é, segundo Jauss, “tanto libertação de alguma coisa quanto libertação para alguma coisa”. A experiência estética desprende o leitor das dificuldades e imposições da vida real ao mesmo tempo que renova sua percepção do mundo pelo universo do texto. Exemplo disso seria o interesse que surge no leitor pelo destino das personagens de um conto ou romance, ao confrontá-lo com situações inéditas. Nesta atividade o leitor tem seu próprio olhar modificado, alterado.
Thomas Pavel fala da existência de um eu “artístico”, representante do sujeito no universo do texto. O lingüista diz que quando “visitamos as regiões fictícias, moramos nelas por um tempo, nos misturamos às personagens. O destino delas nos emociona...”.
A vertigem
Segundo Jouve, uma das experiências mais emocionantes da leitura consiste em proferir mentalmente idéias que não são nossas. Tal experiência adquire uma intensidade particular nas narrativas em primeira pessoa. A voz do narrador em primeira pessoa se confunde, por um tempo, com a nossa. Jorge Poulet descreveu esse processo como “uma fenomenologia da leitura”.
Ocorre uma interiorização do outro. Por momentos somos quem não somos, isto desestabiliza o leitor. Há uma assimilação do outro. Para B. Abraham, “Ler é desterritorializar: deixar passar pelo corpo os fluxos, as tendências inconscientes, as palavras de ordem que caracterizam o livro como ordenação”.
23 de jun. de 2012
RIO
COMO VAI, SERRA DOS ÓRGÃOS?
E AÍ, MORRO DOIS IRMÃOS?
BONDES E PONTES
MORROS E MIL HORIZONTES
SOB ESTE SOL
RIO É SOL
SOBRE ESTE MAR
RIO
E SÃO OS CARAS DA BOLA
RIO
RIO
É SORRISO
by Tânia Barros
26 de abr. de 2012
Museu da Língua da Portuguesa
18 de abr. de 2012
Assalto a Kabul: “É só o início”
2 de jan. de 2012
Decálogo 2012 Pela Dignidade do Viver (Tânia Barros)
Decálogo para 2012 a diante
Pela Dignidade do Viver (Tânia Barros)
Antes de tudo se deve cuidar do sagrado direito de crescer nascer e saldavelmente.
Seja claro que está incluso no artigo acima a defesa da elevação frequencial contra a barbárie que adentra matreiramente sem fazer ver a verdadeira face.
Que seja notável nos novos tempos a massa crítica que se enoja e repele os que apenas treinam seus corpos físicos, que são pela força bruta, e são pelos políticos fantoches, sem verdadeiro clamor pela coisa pública, que demonizam a democracia e os direitos humanos.
Que se repila os ps(eu)dos eu-mando.
Que se busque o genuíno riso.
Que se encontre o genuíno daimon, a equilíbrio!
Que se amadureça os talentos, as vocações (o chamado) individuais.
Que a verdadeira tigresa aflore em Luz e nobreza.
Que não se confunda fragilidade com covardia, nem silêncio com apatia, pois que somos aprendizes e agiremos com responsabilidade sempre.
Que cada ser humano arbitre sobre a própria vida, que se conheça sempre melhor, que se lhe respeite as escolhas.
Tânia B.
29 de ago. de 2011
O Desenredo das Redes Sociais
Você, Karla Gomes, Juan Carlos Mego, Lucilia Dowslley e outras 6 pessoas curtiram isso..
Rômulo Souza Ótimo texto! Conseguiu de forma simples dizer o que me incomoda tanto nessas redes sociais. Pra mim, elas são muito nocivas a construção de uma personalidade. Ainda acredito que o mundo virtual seja apenas um meio de comunicação e não uma e...xtensão do que nós somos. É o que tenho visto por aí. A onda de curtição no facebook e essa intimidade artificial que é construída em um segundo. É possível sim aproveitar dos recursos de uma rede social, mas tenho visto muita gente se perder por aqui. Vou parar por aqui, senão vou escrever a tarde inteira..rsVer mais
segunda às 13:46 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Tânia Barros Rômulo, compartilhamos esta e outras crítiicas. Infelizmente tem gente que nem toca no assunto achando que estaria sendo antipático. Confundem pensamento critico com ser do contra, quando na verdade refletir e discutir qualquer coisa torna a coisa mais íntima e respeitada. Ah, e gostaria de escrever a tarde inteira também eu sobrr este e outros vários temas. Vai que um dia nos pagam um pouco por isso amigo!!
segunda às 13:55 · CurtirCurtir (desfazer) · 1 pessoaCarregando....Cristina Maria Onofre Silva Muitos pensam que a virtualidade é sombra que passa, mas e daí?... tudo passa mesmo. Porém o que fica dentro ou fora da realidade é o amor e a bondade que existe no âmago. Se existem, marcam em tudo e em todos e até mesmo no mundo virtual.
segunda às 16:45 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Carlos Eduardo Uchôa O meio está sendo esta rede social, não importa. Virá a ser outra. De qualquer modo, esta é atualmente reveladora de "coisas'. E algumas (textos) me incomodam, outras, respondem por minha presença aqui. Como fugir da leitura do mundo? E, portanto, de muito diferentes leituras? Ou de tão distintas pessoas? Não teremos sempre este problema, se é problema?
segunda às 17:38 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Ersan Erduran thanks taniaa....
segunda às 17:58 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Lila Marques Tânia, gostei bastante do conteúdo do texto. Vejo as redes sociais como ferramenta de interação com o mundo que nos cerca. Nas interações, há sempre os diferentes níveis de contato, diferentes possibilidades de leituras e somos sempre mais afetados por umas do que por outras. Gosto das críticas que traz para levantar questões e, muitas vezes, ampliar a nossa leitura. Beijo grande.
segunda às 18:04 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Tânia Barros Leitura do mundo e das pessoas, sim, as mais diferenciadas. Isto sim é um belo legado que traz o mundo virtual (para quem tem esta percepção, mestre). A reflexão ou melhor, a "alfinetada" que dou é extensiva à da pasteurização em geral. É... tão simples ficar aquem. Nos acostumamos tanto a isto na lida com o mundo. A realidade da baixa qualidade em vários setores na atualidade brasileira e mundial, esta que "bomba", motiva a tantos outros mais, não por escolha, mas por estafa . É um prato cheio para nós que estudamos a linguagem verbal e gostamos do ser humano, qualquer interação , prato inesgotável é a interação na internet (risos)Ver mais
segunda às 19:00 · CurtirCurtir (desfazer) · 2 pessoasCarregando....Espaço Bioarte Martha Lima Tânia gostei da reflexão crítica do seu texto. Eu tb não sou pessimista em relação as redes sociais, tudo depende mesmo dos usos que fazemos , cabe-nos des-modelar o que ficou mode (de)lado, desen-redar a falta, e rei-ventar a "presença". Um grd abç.
segunda às 23:44 · Curtir (desfazer)Curtir · 2 pessoasCarregando....Tânia Barros Um brinde a isso, Martha!
segunda às 23:51 · CurtirCurtir (desfazer) · 2 pessoasCarregando....Carlos Eduardo Uchôa Claro que concordo, Tania. O problema está neste ser humano atual.E dele não nos livraremos(rs) em qualquer forma de comunica ção.
segunda às 23:53 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Tânia Barros (risos) Não mesmo meu querido!
terça às 07:42 · CurtirCurtir (desfazer).Carlos Eduardo Uchôa Falo do homem atual, porque é o meu contemporãneo, envolvido por esta sociedade que aí está e que vc. tão bem conhece.Em suma é a que conheço...Outras" variedades" diacrônicas só por informações, de certo com seus grandes problemas também.
terça às 12:09 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Tânia Barros Certo que tiveram muitos problemas , Carlos Eduardo Uchôa. Igualmente é verdade que estamos melhores hoje que antes. Nenhuma época na história canônica ostentou tanto esmero com direitos humanos, igualdade nas relações de gênero, democraci...as e avanço técnico-científico, apesar do muito que ainda há e não se coaduna com o que ja temos de melhor. Mas as mudanças são lentas, somos mais complexos hoje sociologicamente, culturalmente. Por tudo isso sou positiva. Mas também rigorosa em não permitir meu silêncio quando posso e devo agir-escrever. Adoro conversar com este meu amigo e grande mestre linguísta com quem tantos discípulos puderam amadurecer o pensamento e fortalecer a alma neste delicado e fundamental trabalho com a linguagem neste nosso Brasilzão!Ver mais
terça às 12:49 · CurtirCurtir (desfazer).Carlos M Baptista Certamente, qualquer linguagem é mero balbuceio. através dela esboçamos uma identidade, mas toda a conquista é periclitante e ameaça esfumar-se em cada novo contacto, na difícil convivência com o que é diferente.
A vertigem dos contactos fa...cilitados pelas redes sociais não estabelece apenas um horizonte virtual, mais ou menos apetecível, ela é uma realidade física e energética que nos cerca e nos condiciona.
Pensar que o planeta se encontra envolto por uma nuvem de dados que já foi designada de "smart dust" - poeira inteligente - pode não ser tranquilizante, mas abre, ainda assim, um espaço de interacção que não pode ser ignorado. Depende de cada um, decidir pelo grau de aprofundamento que deseja alcançar no momento de troca ou partilha. A tecnologia mais não faz do que reproduzir e ampliar os nossos ancestrais fantasmas.Ver mais
terça às 13:13 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Tânia Barros "A vertigem dos contactos fa...cilitados pelas redes sociais não estabelece apenas um horizonte virtual, mais ou menos apetecível, ela é uma realidade física e energética que nos cerca e nos condiciona. " Oi Carlos Baptista, considero esta... sua afirmação muito verdadeira. Tudo é energia. E sim, a tecnologia está a serviço de nós, das intenções contatos de cada um. Em última instância tanto os meios nos moldam, como nós moldamos a história destes igualmente, porque somos os receptores e reagimos. Um abraço!Ver mais
há 3 horas · CurtirCurtir (desfazer).Rômulo Souza "Confundem pensamento critico com ser do contra, quando na verdade refletir e discutir qualquer coisa torna a coisa mais íntima e respeitada. " Também concordo nesta parte.
há 24 minutos · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....
Sou verdadeiramente grata a todos e todas pelos comentários. São pessoas que lidam com educação, cultura, pesquisa, psicologia, escritores, poetas, etc. Tenho poucos mas verdadeiros amigos com os quais posso contar sempre, tenho certeza. Colegas de pós-graduação, colegas de literatura, colegas poetas, mestres-amigos. Todas pessoas que se dedicam ao ser humano, à pesquisa, à arte. Abraço a todos e todas. Até mais!
4 de jun. de 2011
A Literatura e o Leitor
editora: Paz e Terra
ano: 2001
19 de mai. de 2011
O despertar da cidade às cinco
O amanhecer é sempre o mesmo, e quase nunca um outro. Quase.
20 de nov. de 2010
Carlos Drummond de Andrade e Josélio Barros
Carlos Drummond de Andrade e Josélio Barros
Abaixo deixo um poema que meu pai escreveu para Drummond pouco tempo antes da morte do poeta. Drummond apreciou o presente em forma de poema e agradeceu ao desafio poético escrevendo uma bela carta-resposta à papai.
Obs.: Quando publicarmos seu livro de poemas mostraremos o belo documento manuscrito do grande Drummond.
Drummond J. Barros
AO POETA MAIOR
(A Carlos Drummond de Andrade, em 31.10.84, por seu aniversário)
Drummond:
Dizem que tu és maior;
O poeta maior. E serás mesmo?
Nem tu podes dizê-lo. No entanto,
és um poeta; Isto nos basta, simplesmente.
O desafio que te faço, agora, é positivo,
porque espicaçõ o gênio a nos dizer
e confirmar aquilo que foi dito,
e que te digo, em palavras novas:
Assim tem caminhado a humanidade;
Assim tem progredido o bicho homem.
Eu, Sancho Pança; Tu, Quixote, um dia.
Neste dia, quem sabe, hás de me ouvir,
e iras dizer, do alto de teu lastro,
se não passo de pó, nesse teu rastro,
poeira cósmica, tua cauda, astro,
nesta minha pretensa poesia.
Vem, pois, amigo, ó poeta amado,
destrói, que seja, este pobre bardo,
este imbecil que te afronta assim.
Vem, dá de ti, nos dês, ainda que seja
sobre esta pobre página, sobeja
demonstração de que tu vales mais.
De nada mais que valha este escrito,
há de ficar, em lápide, inscrito,
se merecer de ti uma resposta.
By Josélio Barros em 31.10.1984
Rio, 20.XI.84
Prezado Josélio Barros:
Só ontem, remetidos pelo "Jornal do Brasil", recebi os versos que compôs à margem de meu aniversário. Fiquei muito (?)* a essa generosa demonstração de simpatia, e apreciei sentidamente o vigor e espontneidade do poema.
Abraça-o cordialmente
Carlos Drummond de Andrade
* Creio que a palavra seja "feliz", mas ainda não estou segura.
Obs.: Quando publicarmos seu livro de poemas mostraremos o belo documento manuscrito do grande Drummond.
16 de out. de 2010
Drummond, Steve Lee, Monte San Gottardo e... no meio do caminho a pedra.
Os poetas criam coligamentos inusitados, fora do senso comum. São visionários, facilitam caminhos, trazem à luz um real inefável.
Esta afirmação pode parecer óbvia, mas a faço sustentada na lembrança repentina dos versos de Carlos Drummond de Andrade, nessa minha madrugada insone, “No meio do Caminho” . Assim quis, este ente inspirador, que aparece sem marcar hora, ilustrar meus pensamentos em torno do maior acontecimento do ano aqui na Suíça: a queda do último diaframma da galeria de base daquele que já é o mais longo túnel do mundo, com mais de 56 Km, e cujo ponto mais baixo chega à 800 metros no subsolo da aldeia de Sedrum (no Cantone de Grigioni)
O Monte San Gottardo já faz parte da história Suíça e mais uma vez se afirma na integração e desenvolvimento não só nacional, mas também europeu.
Numa semana vitoriosa para os 33 mineradores resgatados vivos no Chile, após 70 dias e a 700 abaixo do solo do deserto do Atacama, e também quando se completam duas semanas da morte do vocalista Steve Lee, da Banda de Rock Suíça Gotthard (atropelado por um caminhão quando atravessava de moto os Estados Unidos), minha alma deve ter ido, imagino, conversar com os versos de Drummond a fim de buscar sustento aos argumentos, significados e sentidos suscitados pelo peso e pela leveza de uma pedra no meio do caminho.
Para os mineradores resgatados no Chile e para aqueles que participaram da faraônica obra, conhecida como Alp Transit, as tantas vivências amalgamadas em lágrimas e suor resultaram da resistência do desejo de vida e luz. As pedras podem e devem rolar, como no bom, velho e sempre renovado rock'n'roll.
Não me resta nada a fazer agora que transcrever aqui seu poema, caro poeta do coraçao, e o faço por aqueles que fazem as pedras rolarem, os que as movimetam ou simplesmente as transformam em poesia, como tu, Drummond, que com este poema também quebrou paradigmas e rompeu com canones estéticos anteriores ao modernismo. (Tânia Barros)
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
Publicado pela primeira vez na Revista de Antropofagia, 1928