2 de dez. de 2022

8 de out. de 2022

Planeta em Crise? 🌎☢

 

🌎☢ Ok, pode ser que nossos dias sejam dos mais complexos, não há dúvida, mas pense bem, para os que viveram em cidades e meios rurais no passado, seja a época que for, sempre houve um perigo iminente de morte, seja por doenças num mundo sem medicina como a conhecemos, seja por déspotas, tiranos, reis e piratas cuja passagem pela Terra foi, com raras excessões, a vontade de dominar com  matança, roubar, ameaçar, tornar a vida humana, a existência um tormento. 

    Por isso, não se preocupe mais do que aconselha o bom senso. Bem, esteja certo de fazer o seu melhor, a sua parte. Participar de coletivos pro paz, saúde, justiça social, segurança, escrever cartas às autoridades. Mas, também,  seja você a autoridade que o mundo precisa, aquela que, unida a outras pessoas responsáveis farão a diferença. Afinal, pelo contráriio que muitos pensam, estamos numa época que  permite o acesso à informação, mas precisa bem se informar. Caso contrário não passarás de mais um manipulável nas massas. Viva o melhor da sua vida. Aprenda, estude, ame, cuida da saúde do seu ambiente, do seu corpo, sua emoção, seus pensamentos, e não se deixe manipular por mídias. Pesquise. Se integre em um grupo de estudo, sem dogmatismos, use sua inteligência.

     Nenhum outro ser na Terra tem a capacidade de mudar os rumos da existência. Nós temos, mas não é fácil. Assim como não é fácil mudarmos nossos pensamentos, às vezes, nefastos, negativos. Melhorar requer tempo,  e um trabalhar  em nós mesmos, assim é igualmente com os problemas da sociedade humana. Não desista de ser um melhor humano. Seja o humano do futuro agora.

Tânia Barros




14 de jan. de 2021

Crônica: Um novo mundo, sim e não.

 

Um Novo Mundo Para Quem?

 

Segundo dia do 2021.

Na Suíça italófana faz frio, 3 graus C. às 11 da manhã. Decido fazer a primeira caminhada do ano. Subo num ônibus para o centro de Lugano. Quero andar ao longo do lago, quero dar adeus às fantasias do comércio de Natal que pouco vi. Segunda onda veio e lavou a euforia exagerada do período. Fica o que essencial. Bom saldo, ao menos isso diante da primeira pandemia do séculao XXI, com mihões de mortes, desemprego, e sofrimento.

No veículo só eu e mais duas almas vivas contando com o motorista. Em três minutos alcançamos a avenida mais movimentada que hoje está assombrada. Como se prolongasse o feriado universal do primeiro dia do ano.

Pelos vidros das janelas observo o belo edifício que abriga dezenas de salas de cinema da cidade. Não há cartazes de estréias. Ninguém entrando ou saindo. Não há funcionários, quase todos desempregados agora.

Logo ao lado tem o estádio da cidade. Devidamente fechado, certamente seus bancos estão congelados neste inverso severo.

Por um momento penso estar fazendo turismo em ruínas antigas. De uma época distante. Posso sentir na imaginação o som das torcidas, o frenesi dos times, como acontece quando visitamos o Coliseu.

Um arrepio me corre o corpo. Esses templos da convivência são hoje demode. Teatros e museus? Que aprendam a fruir da arte e visitar museus pela internet. Virtualmente.

Um rumor extiste. Sim, resiste as asas de um pássaro que atravessa o campo, e outro que canta tranquilo, certamente aquece seus pequenos enquanto o outro busca comida.

Eu e todo o planeta.

 

By Tânia Barros C. – Lugano, Suíça, 02/01/2021

Escritora, professora, poeta, Reikiana


11 de dez. de 2012

A fruição do imaginário

A fruição do imaginário

A consciência liberada

Quais são as sensações que a leitura suscita em nós? Jouve diz que a relação com o texto permite, primeiramente, uma experiência particular que Jauss chama de “fruição estética” na qual “o sujeito é liberado pelo imaginário de tudo aquilo que torna a realidade de sua vida cotidiana constrangedora”. Essa fruição estética nos faz entrar em contato com uma consciência “imaginante”, termo usado por Sartre, que leva a uma sensação de liberdade e de criatividade. Para que isso ocorra, esta consciência imaginante se dá em dois tempos: aniquilação e criação.

Aniquilação: o sujeito se afasta do mundo ao redor.

Criação: abertura para um mundo novo a partir dos signos do objeto contemplado.

Ou seja, a leitura é, ao mesmo tempo, experiência de libertação e de preenchimento. Afasta-se da realidade cotidiana, de modo que a consciência imaginante tenha abertura para entrar em atividade a partir dos signos do texto.

Enquanto fruição estética a leitura é, segundo Jauss, “tanto libertação de alguma coisa quanto libertação para alguma coisa”. A experiência estética desprende o leitor das dificuldades e imposições da vida real ao mesmo tempo que renova sua percepção do mundo pelo universo do texto. Exemplo disso seria o interesse que surge no leitor pelo destino das personagens de um conto ou romance, ao confrontá-lo com situações inéditas. Nesta atividade o leitor tem seu próprio olhar modificado, alterado.

Thomas Pavel fala da existência de um eu “artístico”, representante do sujeito no universo do texto. O lingüista diz que quando “visitamos as regiões fictícias, moramos nelas por um tempo, nos misturamos às personagens. O destino delas nos emociona...”.

A vertigem
Segundo Jouve, uma das experiências mais emocionantes da leitura consiste em proferir mentalmente idéias que não são nossas. Tal experiência adquire uma intensidade particular nas narrativas em primeira pessoa. A voz do narrador em primeira pessoa se confunde, por um tempo, com a nossa. Jorge Poulet descreveu esse processo como “uma fenomenologia da leitura”.

Ocorre uma interiorização do outro. Por momentos somos quem não somos, isto desestabiliza o leitor. Há uma assimilação do outro. Para B. Abraham, “Ler é desterritorializar: deixar passar pelo corpo os fluxos, as tendências inconscientes, as palavras de ordem que caracterizam o livro como ordenação”.
(continua)
Estudo - seminário na pós-graduação (UFF 2008) do capítulo O Vivido da Leitura, de Vincent Jouve. By Tânia Barros

Bibliografia: Jouve, Vincent. A Leitura. Editora UNESP, São Paulo, 2002.

23 de jun. de 2012

RIO

Ft. Jéssica B. Abrahão - Praia de Itacoatiara, Niterói, de cima do Costão, ao fundo Rio.


OI,  SERRA DO MAR,
AQUI TAMBÉM É MEU LAR



COMO VAI, SERRA DOS ÓRGÃOS?
E AÍ,  MORRO DOIS IRMÃOS?

RIO
DE TODOS, RIO+1000
RIO DE BOSSAS BRASIL

BOM TE VER
BONDES E PONTES
MORROS E MIL HORIZONTES

RIO É SHOW
SOB  ESTE SOL 
RIO É SOL
SOBRE ESTE MAR


RIO 
É MACHADO,  É CARTOLA
E SÃO OS CARAS DA BOLA

RIO
APRENDIZ DE UM DESTINO
QUASE DIVINO.

RIO
É SORRISO
DE MENINO.



by Tânia Barros

18 de abr. de 2012

Assalto a Kabul: “É só o início”


Kabul. Um porta voz dos talibans, Zabihullah Mujahid, reivindicou os atentados que anteontem atingiram a capital afegam, dclarando “foi uma vingança pelas cópias do Corão queimadas na base NATO, pelo vídeo dos marinheiros que urinaram sobre os cadáveres dos inimigos e pelo massacre do sargento USA a Kandahar”. Disse ainda que aquele de anteontem foi só uma prova e os terroristas ainda atacarão. 
Traduzido por Tânia B. do Jornal 20 minuti, 16 de abril, 2012- Suíça.


2 de jan. de 2012

Decálogo 2012 Pela Dignidade do Viver (Tânia Barros)

Decálogo para 2012 a diante
Pela Dignidade do Viver (Tânia Barros)

Antes de tudo se deve cuidar do sagrado direito de crescer nascer e saldavelmente.

Seja claro que está incluso no artigo acima a defesa da elevação frequencial contra a barbárie que adentra matreiramente sem fazer ver a verdadeira face.

Que seja notável nos novos tempos a massa crítica que se enoja e repele os que apenas treinam seus corpos físicos, que são pela força bruta, e são pelos políticos fantoches, sem verdadeiro clamor pela coisa pública, que demonizam a democracia e os direitos humanos.

Que se repila os ps(eu)dos eu-mando.

Que se busque o genuíno riso.

Que se encontre o genuíno daimon, a equilíbrio!

Que se amadureça os talentos, as vocações (o chamado) individuais. 

Que a verdadeira tigresa aflore em Luz e nobreza.

Que não se confunda fragilidade com covardia, nem  silêncio com apatia, pois que somos aprendizes e agiremos com responsabilidade sempre.

Que cada ser humano arbitre sobre a própria vida, que se conheça sempre melhor, que se lhe respeite as escolhas.
Tânia B.

29 de ago. de 2011

O Desenredo das Redes Sociais

Gente de pseudo grandes certezas, com certeza é gente de grandes ignorâncias. Indício de alma jovem. Por favor, pensar, ouvi e sentir o que ouve e fala deveria ser princípio básico de convivência, na vida real e virtual.
A pasteurização das falas que começa nas relações em casa e corre solta no cinema, na TV, nas redes sociais devia ser vista por cada pessoa que quisesse se permitir SER e se CONHECER. Tem gente a dizer ser este o modo do nosso tempo. Só concordo se for o  "modo de não ser".
O modo modelado, modelar, eficazmente sobrecarregado de redundâncias à serviço da supeficialidade que não enreda socialmente, apenas reduz o indivíduo e  as possibilidades de criarmos um mundo melhor em menos tempo.
Ainda assim se aprende um bocado. Toda linguagem é aprendizado é comunicação. O desenredo acaba por enredar nossa falta, nossa carência, nossa urgência. E Assim, somos todos um, sim. Somos Um na massa acrítica em sua maior parte. Apenas querendo seguir, seguir, seguir como manda de boi, como boiada indo ao matadouro. Vivemos o tempo onde inclusão é ainda para muuitos apenas adicionar um número a mais ao seu perfil digital. Perfil que de espelho da pessoa só tem, na maioria   dos casos, a vitrine não  do si mesmo, mas o ego, com a ajuda das fotos digitais que a tecnologia permite. 
Mas não sou pessimista quanto às redes sociais. Longe disso. Apenas somos o que somos, e assim que aprendemos. Balbuciando. Em qualquer tempo e espaço.


Tânia B.

Resposta dos meus amigos e leitores no Face Book que tenho a honra de posta aqui, relativamente a este texto acima.

Você, Karla Gomes, Juan Carlos Mego, Lucilia Dowslley e outras 6 pessoas curtiram isso..


Rômulo Souza Ótimo texto! Conseguiu de forma simples dizer o que me incomoda tanto nessas redes sociais. Pra mim, elas são muito nocivas a construção de uma personalidade. Ainda acredito que o mundo virtual seja apenas um meio de comunicação e não uma e...xtensão do que nós somos. É o que tenho visto por aí. A onda de curtição no facebook e essa intimidade artificial que é construída em um segundo. É possível sim aproveitar dos recursos de uma rede social, mas tenho visto muita gente se perder por aqui. Vou parar por aqui, senão vou escrever a tarde inteira..rsVer mais

segunda às 13:46 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Tânia Barros Rômulo, compartilhamos esta e outras crítiicas. Infelizmente tem gente que nem toca no assunto achando que estaria sendo antipático. Confundem pensamento critico com ser do contra, quando na verdade refletir e discutir qualquer coisa torna a coisa mais íntima e respeitada. Ah, e gostaria de escrever a tarde inteira também eu sobrr este e outros vários temas. Vai que um dia nos pagam um pouco por isso amigo!!

segunda às 13:55 · CurtirCurtir (desfazer) · 1 pessoaCarregando....Cristina Maria Onofre Silva Muitos pensam que a virtualidade é sombra que passa, mas e daí?... tudo passa mesmo. Porém o que fica dentro ou fora da realidade é o amor e a bondade que existe no âmago. Se existem, marcam em tudo e em todos e até mesmo no mundo virtual.

segunda às 16:45 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Carlos Eduardo Uchôa O meio está sendo esta rede social, não importa. Virá a ser outra. De qualquer modo, esta é atualmente reveladora de "coisas'. E algumas (textos) me incomodam, outras, respondem por minha presença aqui. Como fugir da leitura do mundo? E, portanto, de muito diferentes leituras? Ou de tão distintas pessoas? Não teremos sempre este problema, se é problema?

segunda às 17:38 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Ersan Erduran thanks taniaa....

segunda às 17:58 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Lila Marques Tânia, gostei bastante do conteúdo do texto. Vejo as redes sociais como ferramenta de interação com o mundo que nos cerca. Nas interações, há sempre os diferentes níveis de contato, diferentes possibilidades de leituras e somos sempre mais afetados por umas do que por outras. Gosto das críticas que traz para levantar questões e, muitas vezes, ampliar a nossa leitura. Beijo grande.

segunda às 18:04 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Tânia Barros Leitura do mundo e das pessoas, sim, as mais diferenciadas. Isto sim é um belo legado que traz o mundo virtual (para quem tem esta percepção, mestre). A reflexão ou melhor, a "alfinetada" que dou é extensiva à da pasteurização em geral. É... tão simples ficar aquem. Nos acostumamos tanto a isto na lida com o mundo. A realidade da baixa qualidade em vários setores na atualidade brasileira e mundial, esta que "bomba", motiva a tantos outros mais, não por escolha, mas por estafa . É um prato cheio para nós que estudamos a linguagem verbal e gostamos do ser humano, qualquer interação , prato inesgotável é a interação na internet (risos)Ver mais

segunda às 19:00 · CurtirCurtir (desfazer) · 2 pessoasCarregando....Espaço Bioarte Martha Lima Tânia gostei da reflexão crítica do seu texto. Eu tb não sou pessimista em relação as redes sociais, tudo depende mesmo dos usos que fazemos , cabe-nos des-modelar o que ficou mode (de)lado, desen-redar a falta, e rei-ventar a "presença". Um grd abç.

segunda às 23:44 · Curtir (desfazer)Curtir · 2 pessoasCarregando....Tânia Barros Um brinde a isso, Martha!

segunda às 23:51 · CurtirCurtir (desfazer) · 2 pessoasCarregando....Carlos Eduardo Uchôa Claro que concordo, Tania. O problema está neste ser humano atual.E dele não nos livraremos(rs) em qualquer forma de comunica ção.

segunda às 23:53 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Tânia Barros ‎(risos) Não mesmo meu querido!

terça às 07:42 · CurtirCurtir (desfazer).Carlos Eduardo Uchôa Falo do homem atual, porque é o meu contemporãneo, envolvido por esta sociedade que aí está e que vc. tão bem conhece.Em suma é a que conheço...Outras" variedades" diacrônicas só por informações, de certo com seus grandes problemas também.

terça às 12:09 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Tânia Barros Certo que tiveram muitos problemas , Carlos Eduardo Uchôa. Igualmente é verdade que estamos melhores hoje que antes. Nenhuma época na história canônica ostentou tanto esmero com direitos humanos, igualdade nas relações de gênero, democraci...as e avanço técnico-científico, apesar do muito que ainda há e não se coaduna com o que ja temos de melhor. Mas as mudanças são lentas, somos mais complexos hoje sociologicamente, culturalmente. Por tudo isso sou positiva. Mas também rigorosa em não permitir meu silêncio quando posso e devo agir-escrever. Adoro conversar com este meu amigo e grande mestre linguísta com quem tantos discípulos puderam amadurecer o pensamento e fortalecer a alma neste delicado e fundamental trabalho com a linguagem neste nosso Brasilzão!Ver mais

terça às 12:49 · CurtirCurtir (desfazer).Carlos M Baptista Certamente, qualquer linguagem é mero balbuceio. através dela esboçamos uma identidade, mas toda a conquista é periclitante e ameaça esfumar-se em cada novo contacto, na difícil convivência com o que é diferente.

A vertigem dos contactos fa...cilitados pelas redes sociais não estabelece apenas um horizonte virtual, mais ou menos apetecível, ela é uma realidade física e energética que nos cerca e nos condiciona.

Pensar que o planeta se encontra envolto por uma nuvem de dados que já foi designada de "smart dust" - poeira inteligente - pode não ser tranquilizante, mas abre, ainda assim, um espaço de interacção que não pode ser ignorado. Depende de cada um, decidir pelo grau de aprofundamento que deseja alcançar no momento de troca ou partilha. A tecnologia mais não faz do que reproduzir e ampliar os nossos ancestrais fantasmas.Ver mais

terça às 13:13 · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....Tânia Barros ‎"A vertigem dos contactos fa...cilitados pelas redes sociais não estabelece apenas um horizonte virtual, mais ou menos apetecível, ela é uma realidade física e energética que nos cerca e nos condiciona. " Oi Carlos Baptista, considero esta... sua afirmação muito verdadeira. Tudo é energia. E sim, a tecnologia está a serviço de nós, das intenções contatos de cada um. Em última instância tanto os meios nos moldam, como nós moldamos a história destes igualmente, porque somos os receptores e reagimos. Um abraço!Ver mais

há 3 horas · CurtirCurtir (desfazer).Rômulo Souza ‎"Confundem pensamento critico com ser do contra, quando na verdade refletir e discutir qualquer coisa torna a coisa mais íntima e respeitada. " Também concordo nesta parte.

há 24 minutos · Curtir (desfazer)Curtir · 1 pessoaCarregando....
Sou verdadeiramente grata a todos e todas pelos comentários. São pessoas que lidam com educação, cultura, pesquisa, psicologia, escritores, poetas, etc. Tenho poucos mas verdadeiros amigos com os quais posso contar sempre, tenho certeza. Colegas de pós-graduação, colegas de literatura, colegas poetas, mestres-amigos. Todas pessoas que se dedicam ao ser humano, à pesquisa, à arte.  Abraço a todos e todas. Até mais!

4 de jun. de 2011

A Literatura e o Leitor

Como colegas e alunos já pediram para indicar alguns livros de teoria da literatura, estética,  indico este livro do teórico Alemão Jauss. Trata do prazer estético e da ativa participação do leitor na produção de sentidos de uma obra de ficção.  Jauss e Iser são professores da Universidade de Constancia, Alemanha. Atualmente ambos são dos mais conceituados teóricos da área da estética. Semana que vem outra dica. Até lá.

A Literatura e o Leitor


editora: Paz e Terra

ano: 2001

descrição: Título completo: A Literatura E O Leitor - Textos de estética da recepção. Coleção Literatura E Teoria Literária. Seleção, tradução e introdução: Luiz Costa Lima. Textos: A estética da recepção: colocações gerais, de Hans Robert Jauss; O prazer estético e as experiências fundamentais da poiesis, aisthesis e katharsis, de Hans Robert Jauss; A interação do texto com o leitor, de Wolfgang Iser; Que significa a recepção dos textos ficcionais, de Karlheinz Stierle; Sobre os interesses cognitivos, terminologia básica e métodos de uma ciência da literatura fundada na teoria da ação, de Hans Ulrich Gumbrecht. 2ª edição. Brochura.

19 de mai. de 2011

O despertar da cidade às cinco

Ft. T.B. No trem para Zurique

O despertar da cidade às cinco da matina na cidade reinalgura uma indelével afinação de sons apenas despertos, ignados pela natureza. Eles interagem a medida que avançam minutos e frescores outonais. Elaboram um silêncio rumoroso, diferente daquele dos cidadãos.
O amanhecer é sempre o mesmo, e  quase nunca um outro. Quase.


By Tânia Barros

20 de nov. de 2010

Carlos Drummond de Andrade e Josélio Barros




Carlos Drummond de Andrade  e Josélio Barros


    Abaixo deixo um poema que meu pai escreveu para Drummond pouco tempo antes da morte do poeta. Drummond apreciou o presente em forma de poema e agradeceu ao desafio poético escrevendo uma bela carta-resposta à papai. 

     Obs.: Quando publicarmos seu livro de poemas mostraremos o belo documento manuscrito do grande Drummond.
                                        Drummond                               J. Barros





AO POETA MAIOR

(A Carlos Drummond de Andrade, em 31.10.84, por seu aniversário)




Drummond:
Dizem que tu és maior;
O poeta maior. E serás mesmo?
Nem tu podes dizê-lo. No entanto,
és um poeta; Isto nos basta, simplesmente.


O desafio que te faço, agora, é positivo,
porque espicaçõ o gênio a nos dizer
e confirmar aquilo que foi dito,
e que te digo, em palavras novas:


Assim tem caminhado a humanidade;
Assim tem progredido o bicho homem.
Eu, Sancho Pança; Tu, Quixote, um dia.
Neste dia, quem sabe, hás de me ouvir,
e iras dizer, do alto de teu lastro,
se não passo de pó, nesse teu rastro,
poeira cósmica, tua cauda, astro,
nesta minha pretensa poesia.
Vem, pois, amigo, ó poeta amado,
destrói, que seja, este pobre bardo,
este imbecil que te afronta assim.
Vem, dá de ti, nos dês, ainda que seja
sobre esta pobre página, sobeja
demonstração de que tu vales mais.
De nada mais que valha este escrito,
há de ficar, em lápide, inscrito,
se merecer de ti uma resposta.



By Josélio Barros em 31.10.1984



Rio, 20.XI.84
Prezado Josélio Barros:


     Só ontem, remetidos pelo "Jornal do Brasil", recebi os versos que compôs à margem de meu aniversário. Fiquei muito (?)* a essa generosa demonstração de simpatia, e apreciei sentidamente o vigor e espontneidade do poema.
       Abraça-o cordialmente
                               Carlos Drummond de Andrade 

* Creio que a palavra seja "feliz", mas ainda não estou segura. 
   Obs.: Quando publicarmos seu livro de poemas mostraremos o belo documento manuscrito do grande Drummond. 

16 de out. de 2010

Drummond, Steve Lee, Monte San Gottardo e... no meio do caminho a pedra.


Os poetas criam coligamentos inusitados, fora do senso comum. São visionários, facilitam caminhos, trazem à luz um real inefável.

Esta afirmação pode parecer óbvia, mas a faço sustentada na lembrança repentina dos versos de Carlos Drummond de Andrade, nessa minha madrugada insone, “No meio do Caminho” . Assim quis, este ente inspirador, que aparece sem marcar hora, ilustrar meus pensamentos em torno do maior acontecimento do ano aqui na Suíça: a queda do último diaframma da galeria de base daquele que já é o mais longo túnel do mundo, com mais de 56 Km, e cujo ponto mais baixo chega à 800 metros no subsolo da aldeia de Sedrum (no Cantone de Grigioni)

O Monte San Gottardo já faz parte da história Suíça e mais uma vez se afirma na integração e desenvolvimento não só nacional, mas também europeu.

Numa semana vitoriosa para os 33 mineradores resgatados vivos no Chile, após 70 dias e a 700 abaixo do solo do deserto do Atacama, e também quando se completam duas semanas da morte do vocalista Steve Lee, da Banda de Rock Suíça Gotthard (atropelado por um caminhão quando atravessava de moto os Estados Unidos), minha alma deve ter ido, imagino, conversar com os versos de Drummond a fim de buscar sustento aos argumentos, significados e sentidos suscitados pelo peso e pela leveza de uma pedra no meio do caminho.

Para os mineradores resgatados no Chile e para aqueles que participaram da faraônica obra, conhecida como Alp Transit, as tantas vivências amalgamadas em lágrimas e suor resultaram da resistência do desejo de vida e luz. As pedras podem e devem rolar, como no bom, velho e sempre renovado rock'n'roll.

Não me resta nada a fazer agora que transcrever aqui seu poema, caro poeta do coraçao, e o faço por aqueles que fazem as pedras rolarem, os que as movimetam ou simplesmente as transformam em poesia, como tu, Drummond, que com este poema também quebrou paradigmas e rompeu com canones estéticos anteriores ao modernismo. (Tânia Barros)

No meio do caminho


No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.


Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra


Publicado pela primeira vez na Revista de Antropofagia, 1928