Segundo dia do 2021.
Na Suíça italófana faz frio, 3 graus
C. às 11 da manhã. Decido fazer a primeira caminhada do ano. Subo num ônibus
para o centro de Lugano. Quero andar ao longo do lago, quero dar adeus às
fantasias do comércio de Natal que pouco vi. Segunda onda veio e lavou a
euforia exagerada do período. Fica o que essencial. Bom saldo, ao menos isso
diante da primeira pandemia do séculao XXI, com mihões de mortes, desemprego, e
sofrimento.
No veículo só eu e mais duas almas vivas
contando com o motorista. Em três minutos alcançamos a avenida mais movimentada
que hoje está assombrada. Como se prolongasse o feriado universal do primeiro
dia do ano.
Pelos vidros das janelas observo o belo edifício que abriga dezenas de salas de cinema da cidade. Não há cartazes
de estréias. Ninguém entrando ou saindo. Não há funcionários, quase todos
desempregados agora.
Logo ao lado tem o estádio da
cidade. Devidamente fechado, certamente seus bancos estão congelados neste
inverso severo.
Por um momento penso estar fazendo
turismo em ruínas antigas. De uma época distante. Posso sentir na imaginação o
som das torcidas, o frenesi dos times, como acontece quando visitamos o
Coliseu.
Um arrepio me corre o corpo. Esses
templos da convivência são hoje demode. Teatros e museus? Que aprendam a fruir
da arte e visitar museus pela internet. Virtualmente.
Um rumor extiste. Sim, resiste as
asas de um pássaro que atravessa o campo, e outro que canta tranquilo, certamente
aquece seus pequenos enquanto o outro busca comida.
Eu e todo o planeta.
By Tânia Barros C. – Lugano, Suíça,
02/01/2021
Escritora, professora, poeta,
Reikiana
Sejam bem vindos! Finalmente recomeço a escrever. Luz!
ResponderExcluirSejam bem vindos! Finalmente recomeço a escrever. Luz!
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